Crítica imanente

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A crítica imanente é um método de análise da cultura que identifica contradições nas regras e sistemas da sociedade. Mais importante ainda, justapõe os ideais articulados pela sociedade contra a realização inadequada desses ideais nas instituições da sociedade.

Como método para a crítica da ideologia, a crítica imanente analisa formas culturais na filosofia, ciências sociais e humanidades. A crítica imanente presta muita atenção à lógica e aos significados das idéias expressas no texto cultural. Além disso, visa contextualizar não apenas o objeto cultural específico de sua investigação, mas também a base ideológica mais ampla desse texto: ele visa mostrar que a ideologia é um produto de um processo histórico e não reflete verdades atemporais.

A crítica imanente tem suas raízes na dialética de Georg Wilhelm Friedrich Hegel e as críticas de Karl Marx. Hoje, está fortemente associado aos teóricos críticos, como Theodor Adorno, bem como a teóricos literários como Fredric Jameson, que, em seu trabalho fundamental, o inconsciente político, explorou a idéia de uma análise imanente dos textos para argumentar a primazia da interpretação política. Roy Bhaskar o defendeu como um dos principais elementos metodológicos do realismo crítico.

Adorno contrastou a crítica imanente com a crítica "transcendente", que normalmente reduz um conjunto de idéias para seus usos políticos ou aos interesses de classe que eles expressam. A crítica transcendente, diferentemente da crítica imanente, adota uma perspectiva externa e se concentra na gênese histórica das idéias, enquanto nega os valores expressos no texto cultural. O objetivo da crítica imanente, em vez disso, é a detecção de contradições sociais que sugerem possibilidades de mudança social emancipatória. Considera o papel das idéias na formação da sociedade. Uma crítica imanente a um texto cultural discute os princípios ideais (evidentes ou implícitos) propostos pelo texto. Ele destaca as lacunas entre o que algo representa e o que realmente está sendo feito na sociedade. A crítica imanente tenta encontrar contradições na lógica interna do texto cultural e indiretamente fornece alternativas, sem construir uma teoria totalmente nova. Ele tem o poder de atrair os ideais compartilhados das pessoas, destacando até que ponto a sociedade precisa ir antes que esses ideais sejam realizados.

Citando Marx, Robert J. Antonio escreve:

"'Setting out from idealism ... I hit upon seeking the Idea in the real itself. If formerly the gods had dwelt above the world, they had now become its center.' Marx concluded that immanent principles were necessary weapons in the struggle for progressive social change, because they provide a basis for critique within historical reality. Later, this immanent grounding became the axis of his emancipatory critique of capitalism."

De acordo com David L. Harvey:

"Critical theory at its most abstract and general level ... begins as a formal 'negativity.' As a dissenting motif, it selects some tradition, ideological premise, or institutionalized orthodoxy for analysis. As immanent critique, it then 'enters its object,' so to speak, 'boring from within.' Provisionally accepting the methodological presuppositions, substantive premises, and truth-claims of orthodoxy as its own, immanent critique tests the postulates of orthodoxy by the latter's own standards of proof and accuracy. Upon 'entering' the theory, orthodoxy's premises and assertions are registered and certain strategic contradictions located. These contradictions are then developed according to their own logic, and at some point in this process of internal expansion, the one-sided proclamations of orthodoxy collapse as material instances and their contradictions are allowed to develop 'naturally.'"

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